bérbere branco e aromas

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Palavras soltas sobre a nossa primeira semana de férias.
A cerca de uma hora de avião para sul de Lisboa entra-se num mundo completamente diferente.
A medina tem sete portas. Entrámos pela principal e percorremos labirintos onde sem a ajuda de um guia nos perderíamos se nos aventurássemos sozinhos.
Quase não há turistas! E tudo ou quase tudo é artesanal. Infelizmente (ou não, não sei!) não a atravessámos no seu auge de actividade. Normalmente os comerciantes só começam a abrir as suas lojas a partir da uma da tarde e deixam-se ir até à noite. Mas mesmo assim ainda apnhámos um pouquinho de um dia-a-dia que nos é completamente estranho.
Haveria tanta coisa de que falar ...
Como de costume fascinou-me ver o que vestiam. Ao contrário de nós não não me parece que se possa dizer que existe alguma moda que varia ao longo das estações e dos anos porque a grande maioria, se não quase todos, veste caftãs que em corte e feitio é igual ao que se devia usar há centenas de anos.
Existem depois outras peças com outros significados, como por exemplo os chapéus com pompons de lã coloridos. Muito de fugida percebi que dois dos códigos tinham a ver com o estado civil: se for preto trata-se de uma senhora viúva, se for colorido trata-se de uma menina solteira.
Existem vestes próprias para celebrar casamentos que hei-de mostrar depois. E existem vestidos de cerimónia super ornamentados que também encontrei numa revista com modelos só de caftãs.
É óbvio que adorei a retrosaria e o alfaiate, o forno do pão comunitário fez as minhas delícias com o amarelo, os mosaicos, as portas, a cor branca da cal por tudo o que é casa, parede, rua; e as cores dos pigmentos que escusado será dizer que me deixaram uma vontade enorme de os trazer todos comigo para casa.
Das 500 mil fotografias que tirei foi tão difícil escolher ... Acabaram por ficar estas dedicadas aos labirintos, às vestes, aos ofícios ... e como de costume em memória ficam-me os ruídos e os aromas impossíveis de guardar em fotografias.
Se puder, volto lá um dia destes e aventuro-me ainda mais a sul até ao Saara quem sabe!

8 comentários:

  1. Adorei as fotos, Paula: A retrosaria prendeu a minha imaginação e fiquei curiosa sobre o "pó" colorido da 16 foto. Beijo

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    1. olá Joana. os "pós" são os diversos pigmentos que podem usar com cal por exemplo para caiar as casas. Nesta medina costumam fazê-lo 3 vezes por ano mas só usam o branco como cor principal.

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    2. Obrigada pela explicação, Paula. :) Já tive oportunidade de estar em países árabes, mas nunca me tinha apercebido desta peculiaridade tão bonita. Beijo

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  2. adorei! ainda fiquei com mais vontade de lá ir :) os chapéus de pompons fizeram-me as delícias! Fico à espera de mais fotos :) beijinho!

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  3. Não entendi onde é esse lugar, mas fiquei maravilhada! Tudo é tão estranho e fascinante, tão diferente do meu cotidiano. Claro que fiquei curiosa com a retrosaria e adorei ver o alfaiate. Por onde quer que eu vá sempre procuro familiaridades com costura, acho que a Paula é assim também.
    Bjs

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    1. Em Tetouan Rebeca. No norte de Marrocos. Só agora reparei que de facto não dei indicação do nome do lugar.

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  4. Olá Paula, perdi a conta das vezes que fui a Tetouan. Não tão longe de Lisboa e tão diferente, lembro-me de pensar sempre nisso de cada vez que atravessava a fronteira para Marrocos. As fotos estão lindas e bem ilustrativas da confusão que é um mercado árabe. O tempo não passa ali, e esse é um dos fatores que nos seduz! bj

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