arco

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Uma das consequências de ter voltado à faculdade é o facto de não conseguir tempo para andar por aí a ver as outras coisas que me interessam.
Sinto a falta de tagarelar sem prazo, de sair e ver exposições, visitar museus, feiras, experimentar novas técnicas, "habilidades", artes, e outros etc's do género.
Queria estar em dois sítios ao mesmo tempo para poder ter a companhia das pessoas importantes da minha vida (se passares por aqui sabes do que falo) e em simultâneo poder concentrar-me nas poucas horas livres que tenho para desenhar ou fazer as pesquisas para os trabalhos. (Gerir liberdades numa família de cinco é um desafio. Estarei eu a esticá-la demais para o meu lado?)
Preciso das coisinhas do dia-a-dia de que gosto de me queixar mas das quais depois sinto a falta da rotina que me dá estabilidade quer eu queira quer não.
Tenho saudades de andar pela rua sem horas marcadas e sem ter a consciência pesada por ter a sensação que devia era estar em casa a estudar.
Num dia de exame e antes de "hibernar" de novo em preparação para o próximo, com crianças em aulas, e com uma tarde "tua" inesperadamente livre, senti o prazer de não ter nada para fazer. Um "luxo" :) Num pequeno sopro de pura e preciosa liberdade almoçámos fora de casa "quase" onde nos apeteceu e decidimos que podíamos aproveitar para visitar a primeira edição da Arco que estava a decorrer em Lisboa. Uau! :) Liberdade! :) Amanhã logo se vê ... :)
Vi várias obras que gostei.
Mas houve uma que decididamente fez os meus encantos.
Única e simplesmente porque alguém se lembrou que há obras que podem ter "vida".
O gostar de uma "obra de arte" não se explica, sente-se. E eu vi o efeito do vento que provoca o movimento ondulado do tecido sobre uma fotografia ... e senti que uma ideia assim tinha muito a ver comigo. Para a maioria pode não significar nada de especial ... mas eu achei fantástico!
A artista autora da "obra" acima chama-se Rosângela Rennó. De acordo com a legenda trata-se de uma impressão digital em organza de seda pura numa estrutura de alumínio.


O outro que escolheria se pudesse trazer para casa não é propriamente uma novidade mas eu gosto bastante desta obra da Joana Vasconcelos. A fotografia não lhe faz justiça. Ao vivo e a cores é de se ficar a observar até alguém que ia comigo me chamar porque ficou farto de esperar.
A liberdade entre aspas acabou pouco depois porque as aulas das ditas crianças estavam a terminar e por isso tínhamos que voltar para casa. É engraçado como o tempo é relativo nestas alturas e faz com que quatro ou cinco horas verdadeiras se transformem em algumas mais, não só pelo que parece que é, mas também pelas vezes em que dou por mim a recordar uma tarde assim. Mais uma vez não foi nada de especial ou extraordinário, mas para mim foi o suficiente para me deixar feliz e contente.

4 comentários:

  1. É mesmo assim: por vezes uns minutos parecem uma eternidade; outras vezes umas horas escapam-se-nos entre os dedos num instante. Acho que se chama a isso "tempo psicológico". Parabéns pela tarde bem passada. E parabéns pela coragem de regressar aos bancos da faculdade! Confesso que não sei se, nesta fase da vida, teria capacidade para voltar às maratonas de estudo. Estou numa fase pós-sacrificial. :) Mas admiro muito quem consiga!

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    1. Há 2 anos atrás também achava que seria impossível fazê-lo! Mas por mais incrível que pareça estou a adorar fazê-lo. É uma área completamente diferente do que sempre trabalhei e talvez por isso esteja a ser tão interessante. Por outro lado o contacto com estas pessoas de 18/19 anos está a ser uma revelação.

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  2. Paula, na verdade teríamos que nos partir em muitas para dar conta de todos nossos interesses. Também penso que gostaria de fazer muito mais, costurar muito mais, viajar muito mais, andar por aí, sem hora nem obrigações... mas a realidade é bem outra. Vamos nos ajeitando e fazendo o possível!
    Bjs

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