os meus jacintos novos

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Todos os anos guardo os bolbos dos jacintos embrulhadinhos para o ano seguinte.
E todos os anos deixo passar a época certa e esqueço-me de os ir buscar, ou quando me lembro, não os encontro. Por isso todos os anos compro jacintos novos. O que até nem me incomoda muito.
Comprei estes a semana passada e hoje encontrei-os assim.
Pequenos prazeres desta época do ano em que espero desesperadamente por dias de sol e com outras cores que não seja o cinzento. Tenho o fim-de-semana que está quase a começar para me animar.
Venha ele!

aprendendo

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Quando vi este tecido de algodão em malha a parecer crochet nem hesitei. Não sabia bem o que faria com ele mas gostei tanto que comprei na mesma. Só depois é que me ocorreu que podia utilizá-lo para fazer mais uma túnica igual ao modelo que usei na zig zag.
O que nunca pensei foi nas implicações de comprar um tecido assim.
A quantidade acrescida de trabalho por causa dos remates da gola, das mangas, e das bainhas que tiveram que ser todas debruadas com fita de viés (escolhi uma de cetim em vez de algodão) para não se desfazerem. Mas o trabalho que deu compensou e fiquei satisfeita com o resultado. Olhando para o decote ou para as aberturas das mangas quase não se percebe que têm uma bainha e não aparecem fios nenhuns.
Por outro lado também aprendi que pelo facto deste tecido ter maior elasticidade (tem 5% de elastano) cortado a partir exactamente do mesmo molde acabou por ficar cerca de 5cm mais comprido do que o modelo anterior.
É claro que a excelente ideia da fita de viés foi uma orientação da minha "mestra" das aulas de costura. De outra forma a minha sapiência não chegaria a tanto tendo em conta que tal problema nem me ocorreu a não ser quando chegou o momento de fazer as ditas bainhas.
Conclusão: primeiro, ter mesmo em consideração o tecido sugerido nas instruções dos moldes, e segundo, existem detalhes de execução que não vêm explicados em lado nenhum o que tem a vantagem de nos permitir uma grande dose de criatividade ou a desvantagem de nos dar uma grande dose de frustração.

cinema Londres

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Antigamente era assim. Havia um cinema que se chamava cinema Londres e que ficava na Av de Roma relativamente perto de outro cinema que era o cinema Roma.
O cinema Londres tinha umas cadeiras cor-de-laranja que desciam quando nos sentávamos.
Lá em baixo, do lado direito de quem descia, também havia um sítio, cujo nome já não me lembro, todo branco com uns bancos corridos onde costumávamos comer umas tostas mistas e beber uns batidos que eram famosos na altura.
Era mais ou menos isto nos anos 70/80.
Precisava de ficar com esta imagem, e de guardar esta recordação.
Tenho saudades do cinema Londres e tenho um desgosto enorme que um dos sítios mais agradáveis de Lisboa, daquela época que começou nos anos 60 mais ou menos e teve o seu auge nos anos 80 mais ou menos, esteja a definhar de modo acelerado desde os anos 2000 e qualquer coisa.
Não sei porque é assim. Esta parte da cidade que muita gente conhece está esquecida. Não me parece que seja uma petição (que já assinei) que vá resolver o problema. Há pessoas a tentar mudar esta tendência de "morte" mas não sei se iremos a tempo. Tenho esperança que sim. Mas parece-me que nós pessoas comuns temos que fazer mais, muito mais, do que está a ser feito.
Não quero ofender ninguém e cada um é livre de viver onde quiser, mas aqui não há centros comerciais gigantescos nem ruas e ruas onde a única coisa que se encontra são "blocos" de apartamentos com jaccuzi, música ambiente, e tri-selectores de lixo (seja lá o que isso for).
Se eu quiser, posso sair de casa para comprar qualquer coisa que precise sem me enfiar no carro para ir ao centro comercial.
Aqui há lojas em ruas com calçada portuguesa e árvores, há jardins, há mercado de rua, há escolas, há padarias, sapateiros, retrosarias, floristas, livrarias, cafés, quiosques de revistas, mercearias, farmácias, cabeleireiros e outras coisas assim que fazem dos bairros sítios agradáveis para crescer e viver. Para andar ao ar livre. Ou para sentar-me numa esplanada a ver quem passa e queixar-me que está calor ou que o vento não me deixa ler o jornal.
As cidades não deviam ser feitas de sítios assim?

sexta-feira

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Parece que a previsão mostra um bocadinho de sol para os próximos dias.
Tenho revistas novas e mais uns livros que recebi esta semana e o fim-de-semana inteirinho que espera por mim. E mais umas tantas coisas que gosto de fazer só porque me apetece.
Adoro as sexta-feiras ...

continuando com os drapeados

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Experimentei fazer esta túnica com mais um dos tecidos que tenho na loja.
O tipo de tecido que escolhi ajuda imenso com os drapeados. Optei por fazer um viés do próprio tecido na zona do pescoço/colarinho e cosi à mão as bainhas com um ponto "invísivel". Estes detalhes acabam por fazer diferença no resultado final.
Esta também tem uns pormenores engraçados que me agradam: o feitio da manga, o facto de ser mais justa na zona da anca, e a possibilidade de combinar castanho com preto que normalmente é uma variante difícil.
Combinando com as calças certas julgo que tanto dará para usar durante a semana em trabalho como ao fim-de-semana para sair.

para a Marta

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Aniversário da Marta.
Da minha filha. Sempre gostei de dizer "a minha filha" ou "o meu filho".
Tão certo como os meus pais, a única coisa que verdadeiramente será sempre assim.
A certeza absoluta que nunca deixarão de ser meus aconteça o que acontecer.
Através desta filha vejo um mundo numa perspectiva que de outra forma nunca procuraria. Emociona-me vê-la pintar, ouvi-la tocar, ou ao ler os seus textos quando me deixa ver o que escreve.
Alma de artista que não é fácil de compreender. Apesar de todas as dificuldades que esta adolescência nos trouxe e das mudanças que tinham que ser não há nada que possa mudar o que te liga a nós.
Muitos Parabéns minha querida! Que os teus sonhos se realizem nessa vida enorme que tens para viver!

conversas soltas VII

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Hoje, momentos antes da primeira prova de natação da Mariana:
Mariana: "Acho que nunca ganhei uma medalha de ouro na minha vida mãe!"
Eu: "Minha querida, medalhas de ouro só dão nos Jogos Olímpicos."
Mariana: "Então quer dizer que aquelas medalhas todas que o Miguel ganhou não são verdadeiras?!"
Eu: "São verdadeiras sim, só não são é de ouro."
Mariana: "Hummm, ... então afinal não há medalhas de ouro ..."

do tempo e da falta dele

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Um tecido que comprei em saldos e que será o próximo da lista.
Mais uns retalhos que comprei à espera que escolha o modelo certo para os utilizar.
Os últimos moldes que cortei, finalmente organizados no quadro dos pendentes.
Esta foi uma semana que não se previa complicada mas que acabou por ser assim.
Os poucos momentos que consegui para estas coisas foram estes.
Continuo a fazer planos e o tempo passa a uma velocidade que não consigo acompanhar.
Espero que o fim-de-semana ajude a resolver um pouco desta falta de tempo que começa a ser crónica.

zig zag

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A que eu disse que era a next em curso foi feita com este tecido que tenho na loja e de que gosto imenso.
Desta vez consegue-se perceber melhor o feitio da manga. Aberta a meio desde o ombro até à zona do punho faz um efeito giríssimo. Se me apetecer uso a parte de trás um pouco mais descaída e fica menos decotada. Super confortável e bem simples como eu gosto.

"preciosidades"

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Estou a chegar à conclusão que tenho umas preciosidades nos últimos tecidos que comprei.
Tenho reparado nas etiquetas que acompanham as peças e em comum têm o facto de quase todas, se não forem todas mesmo, pertencerem a fábricas ou revendedores que estavam localizados a norte do país.
A grande maioria faz referência ao Porto. Uma delas, a Bernardino Leite de Faria & Ca. que se dedicava ao comércio de têxteis por grosso, estava situada na Sé e tinha como morada a Rua Mousinho da Silveira 230.
Estando no Porto há uns dias atrás era muito difícil não satisfazer a curiosidade de procurar esta morada e descobrir o que tinha acontecido a estes senhores. Será que ainda tinham loja aberta? Será que iria encontrar mais um daqueles lugares que pararam no tempo com coisas de antigamente à espera de serem redescobertas? Algures descobri que pelo menos um deles com o mesmo nome, em 1903, era o sócio efectivo nº 116 da Associação Comercial do Porto com morada no mesmo local.
Mas tive azar. O que descobri foi um edifício branco de portadas verdes, bem bonito, fechado, à espera de ser arrendado. E não faço a mínima ideia se esta história acabou aqui ou se teve continuação em algum lugar que eu desconheço. Ficámos um bocadinho por ali a olhar para ele a assimilar a nossa decepção.
Provavelmente quase todas as referências que tenho encontrado nestas etiquetas de tecidos antigos tiveram o mesmo destino, mas enquanto não tenho a certeza vou pesquisando (como amadora, claro!) com esperança de encontrar alguma que ainda funcione e talvez ainda tenha mais algumas "preciosidades" à minha espera. Gostava de saber um pouco mais sobre estes tecidos fabricados por cá noutros tempos. Onde iam buscar os padrões? Quem os desenhava? Quais as matérias primas que utilizavam? ...
Entretanto, a própria Rua Mousinho da Silveira é uma "preciosidade" de lojas antigas fechadas. Tive a satisfação de fotografar as montras e a frustração de não poder entrar para descobrir o que vai dentro destes sítios parados no tempo à espera de alguém que os recupere.

josefina

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Foi o nome que o meu filho Miguel deu ao manequim que recebi como presente de Natal. Na impossibilidade de encontrar um às antigas com as medidas certas digamos que este foi bem-vindo.
E já comecei a dar-lhe uso para experimentar algo que fiz com um tecido que me uma amiga minha me ofereceu (também este Natal, diga-se!).
O modelito feito por mim durante estas férias de Inverno (e já a pensar nas férias de praia) foi tirado de um livro de moldes que comprei na Retrosaria. Além dos livros japoneses (deliciosos) com modelos de fair isle, e que eu ainda não consegui decifrar, tenho vindo a descobrir os de costura que me parecem igualmente tentadores mas muito mais fáceis de entender (pelo menos para mim) que os de tricot.
Descobri os drapeados da designer Hisako Sato, e este modelo está entre os meus favoritos. Os modelos que tenho visto desta designer apresentam-se com tecidos lisos (provavelmente em tecido de malha) e com cores sóbrias, por isso apostei no oposto, ou seja, tecido de algodão estampado em encarnado :)
Quanto à execução tem pormenores engraçados, principalmente nas mangas que não consegui fotografar em condições, e a estrutura geométrica do molde é tão simples que quando se olha à primeira nem se percebe como é possível sair dali um vestido. Acertar os padrões na frente deu uma trabalheira e obrigou-me a desperdiçar algum tecido. É um pormenor importante que faz toda a diferença para quem liga a estas coisas. Embora tenha ficado bem (modéstia à parte) tal como suspeitava este tecido não é o que melhor se ajusta a este modelo. Os tecidos africanos por serem de algodão e pesados não tem um "cair" (é assim que se diz?) bom para estes drapeados, e o padrão apesar de ser repetitivo dificilmente é simétrico.
Enfim, a segunda experiência já está em curso com outro tipo de tecido ...  Next!

passeio de domingo no elevador da Bica

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Domingo de manhã.
Uma hora de passeio.
Estacionámos na Praça do Município.
Fomos a pé até à Praça de São Paulo.
Entrámos na igreja, estava na hora da missa. Valeu a pena entrar.
Continuámos a caminhar até ao Elevador da Bica.
A senhora do elevador perguntou-nos se éramos turistas, porque se fossemos valia a pena comprar o bilhete de um dia. Respondemos que não, que éramos de Lisboa. Disse-nos que "assim mesmo é que é, há muitos que conhecem melhor o que há lá fora do que o que temos cá dentro."
Depois foi aproveitar o passeio e a conversa de quem ali vive há 64 anos.
Comprámos um bolo rei (óptimo) no Bijou do Calhariz (adoro o nome).
E descemos pela Rua das Flores. No caminho passámos pela Rua do Ataíde, um dos sítios de Lisboa onde não me importaria de morar um dia.

olá ano novo

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O ano que passou começou como uma montanha russa aos altos e baixos com acontecimentos inesperados. Embora agora perceba quão previsível era, conseguiu mesmo surpreender-me pelo modo infeliz como foi acontecendo. Sem saber o que esperar deste ano que começa agora, modestamente, acho que já não vão conseguir surpreender-me de novo.
Há uma coisa de que tenho a certeza, o ano que passou marcou-me, aprendi coisas novas que me foram impostas e outras por opção minha a pensar num futuro alternativo. Quem sabe?! :)
Independentemente do que aconteça agora sei que continuo a ser capaz.
Situações limite levam-nos a perceber melhor quem somos, quem verdadeiramente se interessa por nós, e quem verdadeiramente é importante nos afectos que temos para dar. E neste campo, por mais que envelheça, de forma naive continuo a ser surpreendida pelo que de melhor e de pior têm as pessoas para me oferecer nos momentos em que mais preciso delas.
Senti a ausência, percebi a verdade do ditado "longe da vista, longe do coração". Tive tempo para reflectir e encontrei-me bem comigo própria. Limpei as feridas e segui em frente. Escrever aqui teve e tem este efeito purgativo.
Não sei o que me espera, mas se o que não nos mata nos torna de facto mais fortes, aconteça o que acontecer, venha o próximo ano e digam-me quantos são. .
Papéis arrumados, no lixo o que está fora de prazo, agendas novas com folhas limpas para ir marcando datas e horas desta vida que é parte minha e em que a outra parte é, acima de tudo, destas pessoas que vivem cá em casa. Também não me sentiria bem comigo própria se não deixasse em memória quão imprescindíveis para a minha felicidade são outras pessoas diariamente "invisíveis" a que os meus filhos chamam avós, e aquelas a que eu chamo pai e mãe.
São estas as pessoas mais importantes com as quais dou por mim a medir o tempo que ainda tenho.
Olá Ano Novo! :Prazer em conhecer :)

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