ça ç'est moyen-âge, mãe?

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O Mude é um dos meus museus favoritos em Lisboa.
E em relação a alguns do mesmo tipo que conheço de outras cidades julgo que lhes dá dez a zero.
Visitámos a sala dos cofres do antigo BNU onde vimos a exposição da Teresa Segurado Pavão.
E demos à Mariana o tempo que necessitou para absorver a ideia fantástica que nunca lhe tinha passado pela cabeça de estarmos dentro do cofre forte de um Banco. Esperámos e depois de ela analisar bem as portas do cofre e perceber bem o que se fazia por ali noutros tempos subimos até ao piso 3.
Último dia da exposição sobre o Felipe Oliveira Batista. Parte das fotografias foram tiradas pela minha mini fotógrafa enquanto eu me entretive a apreciar os detalhes de execução de algumas das peças expostas.
Em memória fica-me a primeira pergunta da Mariana que sem saber que tipo de exposição a esperava ao ver o primeiro expositor com três modelos diz: "Ça c'est moyen-âge, ou préhistoire, mãe?".
Uma interpretação possível sobre moda, sem dúvida. O objecto de tal pergunta está na terceira fotografia. Eu adorei a construção e a geometria da coisa que se vê melhor na fotografia seguinte, mas admito que aos olhos de uma criança que está agora a estudar a pré-história possa parecer algo assim.
Gostei imenso desta visita ao Mude, e para terminar, eu diria que era mocinha para usar os dois últimos vestidos :)

os chamados dias de museu

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Há uns tempos atrás ganhámos um convite para cinco pessoas (a conta certa para nós) para visitarmos a exposição "A Paisagem Nórdica do Museu do Prado" no Museu Nacional de Arte Antiga.
Não consegui fotografar todos os pormenores deliciosos que pudemos contemplar. Trouxe só alguns que não podia deixar de ser: pela riqueza do detalhe e pela cor (como sempre), os cães, os papagaios, e uns passeios pelo jardim. Estas imagens são pequenas partes de quadros que estão nas primeiras salas e que foram as minhas preferidas.
Puro prazer para os sentidos. Não me ocorre acrescentar nada porque não há palavras que possam descrever algo assim.
A visita foi feita num dia de Inverno muito parecido com estes dias de Primavera em que estamos.
A ideia para este fim-de-semana era visitar o Coolares Market, mas com este tempo não sei se não iremos para a hipótese dois que será uma visita ao Mude onde estão umas exposições temporárias que parecem interessantes. Ou então ficar aqui por casa também é uma possibilidade que não descarto. Enfim, vamos ver qual vai ser a mood ... O fim-de-semana está aí quase, quase, a começar ... Venha ele :)

moldes

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A culpa não é minha mas sim de quem me ensina.
De tantas vezes me chamarem a atenção para os detalhes da execução agora é quase impossível entrar numa loja de roupa e não reparar na qualidade dos tecidos e nos pormenores dos acabamentos. 
Quando encontro alguma peça de que gosto e não me parece complicada dou por mim a anotar no meu bloco de apontamentos uma referência, a fazer um desenho tosco, ou a anotar uma ideia a que recorro mais tarde. Outras vezes anoto combinações de cores que encontro nos sítios mais variados. Normalmente são as que a própria Natureza conjuga que se revelam mais interessantes. Revelam-se tão óbvias e exuberantes numa conjugação que a mim nunca me ocorreria ou então não me atreveria a fazer.
Entre outras coisas isto tudo para dizer que a parede ao lado da mesa onde reside a máquina de costura continua a encher-se de papéis, amostras de tecidos, e também de moldes.
Moldes que vou coleccionando e que estão pendurados na parede, em fila, à espera que encontre o tecido certo. Além da colecção inteira desenhada à minha medida e que aprendi a fazer, tenho mais uns poucos que fui comprando ou copiando de figurinos. Portanto matéria-prima não me falta. O que me falta como de costume é o tempo.
Para cada peça adoptei o sistema de guardar os moldes já copiados para papel vegetal numa capa de plástico transparente com uma fotocópia a identificar o modelo. 
A situação começa a ser de alguma preocupação porque já estou nesta fase de encontrar modelos de organização e método ... isto não é feitio, é defeito de formação.
( ... como disse? ... louca, eu ?! Cá em casa ainda ninguém se pronunciou mas deve estar quase :) )

a costureira

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Em linho e em amarelo, bem largo para que sirva e não exponha algum ângulo menos favorável, e para usar no Verão quando estiver um bocadinho mais bronzeada. Ou então em breve na loja para alguém que também aprecie e decida comprar antes de eu o vir a usar. Talvez ofusque um bocadinho mas eu gosto.

Há uns tempos atrás ao ler a autobiografia da Agatha Christie sublinhei esta parte do texto:
"Ao lado da sala ficava a saleta, onde, invariavelmente, estava quase sempre instalada uma "costureira". Agora que penso nisso, as costureiras eram um elemento inevitável em todas as casas. Todas se pareciam um pouco entre si, no sentido em que eram geralmente muito refinadas, estavam em circunstâncias infelizes, eram tratadas com uma cortesia cautelosa pela dona da casa e pela família e sem qualquer cortesia pelos criados, recebiam as suas refeições em bandejas e - tanto quanto me lembro - nunca conseguiam produzir uma peça de roupa que servisse. Era tudo demasiado apertado ou demasiado largo. A resposta a qualquer queixa era sempre:
- Ah, sim, mas Miss James teve uma vida tão infeliz.
Assim, na saleta, Miss James sentava-se e cosia, rodeada de moldes, com uma máquina de costura à frente."

Neste momento esta última frase poderia bem descrever uma parte da sala aqui em casa. E eu até acrescentaria " ... rodeada de moldes, de tecidos, com uma máquina de costura à frente.".
Mas a parte sobre a infelicidade não encaixa. Esta ideia de aprender a costurar surgiu por acaso do gosto em querer saber fazer algo que não seja puramente intelectual ou da gestão.
Quis usar as mãos para produzir algo que não seja uma folha de excell, ou um power point, ou qualquer uma dessas coisas que a Microsoft tem p'raí e que é muito útil para sermos cada vez mais rápidos e super eficientes quando estamos a trabalhar.
Comecei por tricotar, crochetei, e finalmente costurei. E isto de costurar é altamente terapêutico, liberta a mente das preocupações, e normalmente cura-me as dores de cabeça quando as tenho. Quis fazer algo que fosse palpável e que desse prazer olhar, mexer, e dizer que fui eu que fiz.
O pronto-a-vestir dá jeito mas já me aborrece. Está na altura de algum revivalismo para quebrar esta tendência tipo Zara. Usar uma peça de roupa feita em casa tem "estilo" (nota-se muito que estou a vender a minha sardinha?). Falando a sério, usar roupa feita por mim dá-me gozo. E oferecer roupa feita em casa também. É como dar um bocadinho do tempo de quem fez e esse é um bem precioso.
Não vejo "a costureira" como a figura menos feliz da Agatha Christie, para mim até já tem jeito de artista. Sou uma romântica, eu sei ... :)

as andorinhas chegam na primavera

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A partir de hoje uma segunda loja com os modelitos para venda está on-line.
Não foi por acaso. Primeiro não consegui ter tudo pronto ao mesmo tempo e depois apeteceu-me esperar para que começasse assim, no início desta estação de que gosto tanto. Agora sim! Esta parte está feita!
Bom fim-de-semana e bem vinda Primavera! :)

cores primárias

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Estas são as cores que me acompanharam esta semana.
A fazer algo que pessoas com personalidade se atrevam a usar.
As cores primárias a partir das quais todas as outras são possíveis.
Cores puras e um número infinito de possibilidades.
Se pensarmos que o que é mundo tem estas cores porque é que não havemos de fazer da vida aquilo que quisermos. Se ela (a Vida) nos deixar não há nada que não possamos tentar como novo.
Que bons pensamentos para continuar para fim-de-semana! Siga ...

dos outros

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Num de um dos meus muitos momentos de espera por uma coisa que não tem interesse nenhum entretive-me a folhear uma revista.
Atraiu-me a atenção o desenho que aparece na primeira fotografia. Porque tinha cores, flores e tecidos. Conseguiram conjugar três coisas de que gosto numa fotografia. Ao mesmo tempo parecia-me algo em patchwork juntamente com uma outra técnica que julgo só ter feito quando andei na escola - apliquée.
Foram motivos mais do que suficientes para ler o artigo todo e sou surpreendida com mais uma coisa que nunca me tinha ocorrido (mas quem sou eu! :)) e que é daquelas descobertas que quando faço levo ali um tempo a saborear e a pensar nela. Conseguiu inclusivé distrair-me o pensamento enquanto conduzia em modo automático a caminho de casa.
O que descobri foi algo parecido com a "desconstrução" que Picasso (por exemplo. Isto sem querer ofender o Picasso e se estiver a dizer alguma asneira alguém mais indignado que se acuse) fez na pintura em relação aos clássicos, mas aplicada aos tecidos e ao patchwork. É tão óbvio alguém lembrar-se disto que eu grande ignorante nunca tinha visto. Ou pelo menos andei distraída até aqui.
A segunda fotografia mostra a autora no seu atelier, em casa, e outro dos seus trabalhos feito a partir de tecidos antigos.
Eu gosto do patchwork certinho (que já fiz), meio certinho (que já fiz também), mas atrai-me muito mais esta liberdade de conjugar como quiser sem esquemas pré-definidos, sem réguas e esquadros, e no final ficar com uma "pintura" assim que posso pendurar na parede e ir admirando em tecidos antigos que me fascinam pela história que poderiam contar sobre quem os fez e quem os usou.
Além do mais a história desta Senhora é bem interessante para mim quanto mais não seja pelo egoísmo saudável de ter chegado a uma altura da vida, ter parado, e ter decidido que o que vai fazer é o que gosta e a apaixona. Há pessoas felizes!
Os créditos pertencem a Mandy Pattullo que tem um blog que foi para a minha lista, um site sobre o seu trabalho, e uma loja que já é minha favorita.
É certo que já delirei o suficiente para um dia mas não podia deixar de escrever isto aqui para ficar em memória e um dia destes saber onde procurar e vir cá espreitar de novo.

cartões novos

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Recebi hoje os meus cartões novos.
Excelente serviço. A referência encontrei-a no Pano p'ra Mangas há bastante tempo atrás e só posso agradecer por esta partilha de informação. Embora na altura não o soubesse revelou-se muito útil agora.

dias de sol

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Hoje tivemos que ir ao Jamor.
Enquanto procurávamos o Miguel, a Mariana foi recolhendo um bocadinho desta Primavera precoce que nos alegra, que nos enche de boa disposição, e que nos regala a vista com estas cores fortes que me ficam na memória para lembrar dias de sol como o de hoje.

anúncio

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Ao fim deste tempo todo finalmente decidi-me a criar uma página no Facebook para a aAndorinha.
Quando este blog começou estava a anos-luz de pensar em ter a loja on-line de venda de tecidos ou sequer pôr a hipótese ou pensar na possibilidade de um dia vir a vender roupa feita por mim (o querer "saber fazer" algo parecido ao que um artesão faz teve estas consequências). Enfim, a vida dá voltas, é preciso experimentar coisas novas e às vezes o melhor é não pensar muito e deixar seguir para ver o que acontece.
A partir de agora quando houver novidades sobre tecidos novos ou sobre os meus modelitos vou deixando registo por lá (o acesso pode ser directo através do FB ou então através do icon que está no lado direito desta página).

Nota: De acordo com a Wikipedia artesão é um profissional que fabrica produtos através de um processo manual ou com auxílio de ferramentas.

coisas da Feira da Ladra

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Pela feira da Ladra.
Um clássico de sábado de manhã num dia de sol fantástico.
Encontram-se as coisas mais incríveis. E o que dizer das pessoas. Uma mistura sui generis.
A grande maioria das compras pode ser feita por um euro. E vendem-se coisas que me fazem uma confusão enorme. Desde os naperons feitos pela avó até às aguarelas com dedicatória do irmão. Custa-me a crer que alguém decida vender artigos com uma carga sentimental que para mim é grande.
A Mariana na sua interminável busca por ursinhos de loiça, os bonecos de peluche que lhe prendem a atenção, e o Miguel que procura t-shirts e encontra luvas de boxe (...?!).
Eu que admiro as caixas de latão (uma das minhas últimas pancadas) e acabo por trazer para casa (por um euro cada, claro!) dois naperons e um estranho boneco de loiça.

tecidos que lembram bibes

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Há tecidos que lembram a escola mas nem por isso deixam de ser interessantes para se fazer outro tipo de roupa que não seja bibes de criança.
Dois dos meus favoritos são o tartan de algodão em encarnado e o vichy preto e branco.
No modelo certo ficam bem com umas calças de ganga.
E o modelo que escolhi é exactamente o mesmo que usei aqui.

produtividade zero

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O país precisa que sejamos mais produtivos e por isso acaba-se com alguns feriados, aumenta-se os horários de trabalho, alteram-se leis, discute-se, e bla, bla bla ...
Hoje é 3ª feira e já não é feriado. Mas há pessoas que têm que ir trabalhar e há outras que não têm que ir trabalhar. No entanto, mesmo com decreto continua a ser dia de Carnaval e as palhaçadas continuam a ver-se.
Eu estou em casa. Tentei fazer alguma coisa do "tipo produtivo", mas não deu e acabei por desistir de fazer fosse o que fosse. Também não fiz nada do "tipo carnavalesco" porque nunca liguei nenhuma ao Carnaval.
No meio destas idiossincrasias o que eu tenho a certeza é que esta produtividade zero aqui em casa está a saber-me pela vida.

não feirar e o jardim do Torel

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O mau tempo que já nos cansa teve este efeito de cancelar o mercado do CCB deste mês de Março.
Com os planos furados e sem nada para fazer numa manhã de domingo, completamente acordados e prontos para a acção :), era impossível ficar em casa. Lembrámos-nos de ir à procura do jardim do Torel (calhou! não sei porquê!). Este nome lembra-me sempre um dos filmes do António Silva e do Vasco Santana.
Isto para dizer que descobrimos mais uma vista fantástica do rio.
Descobrimos rostos muito simpáticos que não sabemos porque estão ali nem a quem pertencem.
Descobrimos um café com esplanada onde havemos de voltar num dia de sol.
E depois de sairmos do jardim descobrimos que do lado direito temos Lisboa no seu melhor com casas tão pequenas em ruas tão estreitas que se emaranham até ao Martim Moniz.
E do lado esquerdo temos um pedacinho de Lisboa que é exactamente o oposto.
Casas lindíssimas que nem imaginava que podiam existir aqui.
Quem serão os felizardos que têm o privilégio de viver? estudar? trabalhar? em sítios assim?!

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