sonia delaunay

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Gostei da exposição "Círculo Delaunay" sobre Robert e Sonia Delaunany que visitámos este fim-de-semana no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. na qual a primeira obra que podemos ver é este enorme quadro sobre um mercado minhoto no início do século XX.
Nessa época houve alguns artistas que se dedicaram a criar roupa e Sónia Delaunay interessa-me não só pela sua pintura mas também pelo facto de ter sido uma das pessoas que quis passar para a Moda o.seu estilo único.
Sonia Delaunay nasceu na Ucrânia e casou-se com o pintor francês Robert Delaunay. Viveu em várias cidades da Europa mas principalmente em Paris. Durante a guerra refugiaram-se durante quase um ano e meio em Vila do Conde onde criaram um circulo do qual fazia parte Amadeo de Souza Cardoso e José de Almada Negreiros. Ao voltar para Paris, talvez por necessidade segundo dizem, mas certamente também por gosto, abriu uma pequena loja/atelier onde criava e vendia as suas peças de roupa. A originalidade destas peças baseava-se no novo movimento artístico - simultaneísmo - que desenvolveu em conjunto com o seu marido e que basicamente e sem grandes definições consistia no contraste simultâneo de cores.
Teve sucesso entre o seu círculo de amigos e outros grupos considerados elitistas, mas o seu desconhecimento do gosto comum não permitiu que tivesse grande continuidade.
Infelizmente este tema não devia fazer parte dos trabalhos e conversas interessantes em que participaram tantas vezes no "círculo" privilegiado de que faziam parte com Souza-Cardoso, Almada Negreiros, e outros, e como tal a exposição do CAM não inclui qualquer referência a esta parte da sua vida.
Além dos padrões de tecidos (primera imagem abaixo) para os seus vestidos que se fartou de desenhar e que acho o máximo e dos quais escolhi ao acaso os dois da primeira imagem.
Existem pelo menos outras duas peças que acho particularmente interessantes:
O "simultaneous dress" de 1913 (magem do meio abaixo) que me parece um vestido feito de retalhos a lembrar o patchwork "livre" de fórmulas, cálculos, e geometria (como costumo dizer) e que tanto aprecio;
E os fatos de banho de 1928 (última imagem abaixo) feitos em malha que já tive a sorte e oportunidade de ver noutras exposições. Não deviam ser nada cómodos principalmente logo a seguir a sair da água, mas tendo em conta a época estavam seguramente à frente do seu tempo e esta modernidade é algo que me fascina sempre.
(Nota: Lamento não ter conseguido identificar e incluir os locais/museus que actualmente possuem estas peças.)

 



2 comentários:

  1. Olá Paula, sabes que aos 12 anos, andava eu no liceu dos teus filhos e fomos com o prof de francês à Gulbenkiam ver uma exposição sobre os Delaunay. Inesquecível. tenho hoje, na copa do escritório uma reprodução de um quadro dele. É uma estética tão mas tão diferente, que atravessa os tempos e mantém-se avant garde sempre.

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    1. Imagino que tenha sido inesquecível sim! Para mim são fantásticos e qdo descobri que a sonia delaunay tb tinha tido este interesse de ligar o seu estilo à moda ainda achei mais incrível. Sei que ela também fez quilts mas infeluzmente nunca tive oportunidade de ver nenhum ao vivo.

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