de um mail em férias, das coincidências, e da Tate

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Estávamos de férias num sítio maravilhoso. Num momento de verdadeira contemplação em frente ao mar eis que vem um "mailzinho" e informa-nos que seria necessário ir a Londres daí a uma semana. Bastava ir num dia e voltar no outro mas era necessário ir.
Foi assim que passei de uns agradáveis 36ºC em Faro para uns menos agradáveis 25ºC em Londres.

Este Verão um dos livros que li, que gostei bastante, e no qual aprendi imensa coisa foi escrito por Will Gompertz que foi um dos últimos directores da Tate Modern.
O tal do mail chegou exactamente na altura em que eu estava a terminar de ler este livro.
E o nosso hotel, descobri eu depois, ficava a dez minutos a pé da Tate.
Coincidências ... Sem sequer o ter planeado tive a oportunidade de o revisitar depois de ter lido as 490 páginas de um livro onde se explicava o porquê que justificava a escolha de muitas ou das principais obras que compõem a sua colecção.
Digamos que podia ter servido de guia se alguém me tivesse acompanhado.
Bastou-me atravessar a Millennium Bridge e dei logo com uma das principais entradas.

Da última vez que lá tinha estado ainda estavam a decorrer as obras no exterior e na recuperação de uma grande parte do edifício, e por isso não tinha esta noção da sua grandiosidade.
 Nem tinha tido a oportunidade de ver ao vivo uma das obras de Ai Weiwei.
Apesar de me ter ocupado uma manhã inteira ainda não foi desta que consegui completar a visita a toda a colecção. E sendo a visita da colecção permanente grátis resolvi que não valia a pena estar a gastar dinheiro nas exposições temporárias.
Houve imensas obras que ainda não conhecia ou de que não me lembrava.
Este quadro foi uma das pinturas que mais gostei. Ao vivo impressiona. Data de 1938 e também porque o vestido foi feito pela mãe da personagem do retrato a partir de um modelo da Vogue. E eu sou sensível a este tipo de descrições que envolvam palavras como "patterns" e "sewing" :)
E depois, como não podia deixar de ser, esta réplica da obra mais conhecida de Marcel Duchamp, um clássico que constitui um dos marcos de mudança da história da arte moderna e contemporânea.
Depois de ouvir falar tanto dela e a ter estudado não podia deixar de a procurar. Continuo a não entender muito bem como se pode pagar tanto por algo assim. E fico pasmada cada vez que a observo, mas desta vez já sei o porquê da sua existência e importância.
Além da visita à Tate, sobrou ainda algum tempo para vaguear.
Já com companhia fui até Lambs Conduit Street (segundo o The Guardian uma das que vale a pena visitar quando se procura comércio genuíno e original). Confirmo. A rua é muito pequena, mas muito "simpática", e todas ou quase todas as lojas são pequenas e engraçadas e vale a pena visitar.
Uma loja de alfaiate. Como eu gostava um dia de ter algo assim só um bocadinho parecido ou próximo disto ... (suspiro) ... (suspiro) ... (muitos suspiros) ...

Uma fotografia de uma das esquinas.
E saindo dessa rua, a caminho de Convent Garden (mais um clássico mil vezes revisitado), passámos por uma rua muito nossa conhecida onde existe um pequeno restaurante onde normalmente estão sempre muitos taxistas a almoçar ou a jantar. E onde também calha jantarmos de vez em quando, bem e barato (o que normalmente é difícil em Londres).
E depois foi andar sem destino capturando uma imagem ou outra de coisas que gosto ou que me chamaram a atenção.
As mangas da camisa.

Os alfinetes de peito.

A casa de bonecas.

As cores do conjunto de edifícios.

12 horas depois estava de volta ao calor e à praia mas soube-me mesmo bem esta escapadinha inesperada de um dia a Londres. 


4 comentários:

  1. Olá Paula, por vezes parece que nada surge mesmo ao acaso, como queremos crer, e sim que os acontecimentos da vida se conjugam por forma a nos "empurrar" para algum sítio ou situação em concreto. Eu penso que o teu sonho de ter uma loja de costura, uma alfaiataria, é tão, mas tão grande (uma paixão mesmo) que um dia ele há de se concretizar! A próxima vez que eu for a Londres, de certeza que te vou pedir as tuas dicas para locais não turísticos, tu descobres cada lugar, de arrancar suspiros! bjs

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  2. Olá Paula! Obrigada pelo comentário.

    Acredito que tenha sabido mesmo muito bem esse saltinho a Londres.
    O quadro da Tate também me chamaria a atenção pela sua beleza e pelos motivos que referiu.
    Nestes locais há muita coisa que não compreendo, mas sou suficientemente lúcida e humilde para ter noção da minha insuficiência.

    Tenho estado em Inglaterra com muita frequência, mas a Londres não vou há um bom par de anos!

    Quem sabe no Outono quando se dissiparem as invasões turísticas?
    Beijo

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  3. É sempre bom passar por aqui e tirar algumas notas para a lista de coisas que quero fazer, desta vez marquei na secção de viagens a Londres ;)
    Boas férias!

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  4. Mais uma bela reportagem que nos trazes, Paula! O que sobressai em Londres não é tanto a temperatura moderada em pleno Verão (e olha que, se conseguiste 25º, não estiveste mal de todo), mas a falta de luz... Apesar disso, a cidade consegue ter uma elegância muito própria, que as tuas fotografias tão bem conseguem captar.

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