Esta frase é recente. Se tivesse sido dita há meses atrás provavelmente não lhe teria ligado. Mas dita agora fez-me pensar.
Os últimos meses têm sido tempos diferentes.
A ausência foi mesmo uma ausência de quase tudo no verdadeiro sentido da palavra.
Após um período completamente vazio de ideias ou de coisas feitas tenho agora a impressão que deve ter sido mais ou menos no final do último Verão que algo começou a mudar.
Aos poucos voltou a vontade de ir fazendo coisas, coisas de que sempre gostei e que tinham deixado de me apetecer. Voltar a desenhar de novo, ler, tricotar, ..., enfim ... fazer. Apetecia-me recomeçar com algo embora não soubesse bem o quê.
Em meados de Setembro uma amiga telefonou a propor-me um "desafio". Precisava de um vestido para um jantar e queria saber se eu estaria disposta a fazê-lo. Disse-lhe que sim. O que fez com que pela primeira vez tenha uma peça imaginada e concluída por mim, a começar no desenho e a acabar na peça feita propriamente dita. Infelizmente não fiquei com fotografias do resultado final, mas ainda tenho os rascunhos com os desenhos que lhe enviei para escolher o que mais gostava. O do último desenho foi o eleito.
Estes desenhos só surgiram em meados de Outubro. Até lá nada me ocorria. Até que, começar a sentir a urgência de cumprir um "deadline" ( às antigas :) ) teve o efeito esperado.
A "incumbência" deste vestido, digamos assim, ocupou-me até ao final de Novembro.
("olhando" para trás) foi como um "click" (acho eu agora) para voltar "ao activo".
Ainda a tempo do Natal, e feito um bocadinho à pressa, a Mariana ganhou um novo top, muito simples, mas mesmo à medida do que me tinha pedido e que ela tinha imaginado usar na noite de dia 24. Com o "balanço" cortei mais um igual que está na "calha" à espera de paciência para que acerte de vez com a "corta e cose".
Uma gola para a Mariana parada há meses levou um grande avanço e no final de Dezembro ficou a faltar somente a união dos lados para a terminar. Fi-la com a lã Cobertor da Retrosaria. O modelo veio do livro "O tricot da Luisa" da Luisa Ló.
Veio a vontade de escrever por aqui de novo.
Terminei os sacos que há 1 ano esperavam ao lado da máquina de costura.
Fiz o meu primeiro xaile.
Resolvi recomeçar outro xaile cuja primeira tentativa tinha sido em 2013 (inacreditável como o tempo passa).
Numa visita ao Porto em meados de Março passei pela loja da Ovelha Negra e encantei-me com as lãs que lá encontrei. Trouxe alguns novelos de Olívia para um terceiro xaile que já comecei entretanto (esta coisa de fazer xailes está a tornar-se um vício).
Além dos diversos sacos de projectos que alinhei na minha sala de costura à espera que lhes dê despacho, cada qual com lãs que fui comprando em sítios que visitei (sítios encantadores como este aqui por exemplo) , ...
... ainda tenho o desejo de fazer um tapete para pendurar numa parede.
Este gostava mesmo de o conseguir fazer.
Foi difícil encontrar a esmirna que usava nos trabalhos manuais da escola preparatória mas uma ida à Rua da Conceição resolveu o problema. Já tenho umas ideias sobre o desenho e agora ando na escolha das lãs. Para já estou a usar Larada e tenho um mostruário de Beiroa onde ando entretida a escolher a paleta de cores. Já o comecei e está "on going" ...
Mas ainda não cheguei ao fim ...
E será que existe um fim?!
Há duas semanas atrás estive em Londres a visitar a Marta.
Fui a um sítio que gosto sempre de visitar, o Liberty.
Resisti a quase tudo excepto a estes dois livros que não consegui deixar de trazer comigo.
Em relação ao primeiro, em especial, fiquei completamente rendida e não resisto à ideia de o incluir o quanto antes na lista dos wip's. Nunca tinha visto nada do género e acho a ideia completamente genial, original, e irresistível. Nas fotografias dá para ver um pouco. Mas eu pude vê-lo na loja ao vivo e a cores e garanto que é o "máximo"!!!!! É ou não é!? :) :)
Do segundo livro há vários projectos interessantes mas este gato foi o primeiro que me apeteceu escolher para incluir na minha lista dos desejos.
Resumindo, e concluindo para mim própria e para os meus "botões", parece-me que algo mudou de facto. Já me sinto mais "eu" de novo. Digamos que passei do 8 ao 80.
Neste momento ideias não faltam e a vontade de lhes dar forma é mais que muita.
O que me falta na verdade são mais horas nos meus dias. :)
Também já passei por fases de 8 e depois de 80!
ResponderEliminarQue a fase de 80,seja não só produtiva mas também repleta de momentos felizes, daqueles que só quem "faz à mão" sente, durante o processo criativo e perante a peça acabada!
Excelente, Paula! go, go, go!
ResponderEliminarEstás a fervilhar de ideias, Paula, isso é tão bom. Quando estou assim é quando me sinto mais viva! beijos.
ResponderEliminarE que bom que é redescobrir-mo-nos. :)
ResponderEliminarEna, quanta energia criativa! Aproveita-a, Paula, e mostra por aqui os resultados!
ResponderEliminarConcordo com a Val: é quando as ideias de fazer coisas novas nos invadem que nos sentimos mais vivos!
Beijinhos
Então, Paula, por onde andas? Estamos com saudades! :)
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