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Enquanto estive em Roma não me lembro de ter visto grandes edifícios de centros comerciais.
Reparei que existem imensas lojas de rua pequenas com um aspecto "delicioso", simples e de bom gosto como as coisas simples são normalmente, dedicadas a vários ofícios.
Desde ourives, a sapateiros, a pessoas dedicadas a fazer artigos para caça (que não sei como se chamam), gelatarias artesanais, os que fazem uma variedade enorme de massas para venda, e outras coisas mais, até aos que se dedicam a fazer roupa (deixei-os para o fim de propósito). Imensos. Lojas mínimas de 30, 40 ou 50m2 se tanto com roupas originais, bem feitas, e caras/baratas q.b.. Dada a quantidade presumo que por Roma valorizam estes trabalhos manuais dedicados à costura, e ao "bem fazer", e há mercado suficiente para os manter.
Mesmo ao lado do hotel onde ficámos hospedados havia uma loja de alfaiate que me apaixonou.
Não tive coragem para pedir que me deixassem fotografar o interior, mas todos os dias namorei a montra e registei em memória algo muito muito próximo mesmo do que gostaria de ter ou fazer um dia se possível fosse, mas na versão feminina. Se irei mudar de ideias não sei, mas neste momento é o que sinto.
As amostras de tecidos, os modelos alinhavados a aguardar prova, os balcões de madeira a cheirar a antigo, o escolher à medida à vontade do freguês, e fazer algo que considero útil que alguém queira ou necessite, use, aprecie, e por isso esteja disposto a pagar o justo valor ...
Um pouco fora do seu tempo, eu sei. Quem estará disposto a passar por todo este processo, e sobretudo, em tempos em que nos habituámos a ver e comprar, quem estará disposto a esperar que a "obra" fique pronta? Provavelmente poucos. Mas mesmo assim, quem sabe um dia? :)

4 comentários:

  1. "O sonho comanda a vida"! Quem sabe?! Boa sorte! Beijinho

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  2. Senti o mesmo quando passeei na baixa de Coimbra. Mesmo assim acho que as pessoas se estão a tornar mais conscientes e a voltar a recorrer a estas lojas. A loja do alfaiate é simplesmente deliciosa.

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  3. Era tão bom que voltássemos a esse tempo. As vezes sinto que me fardo em vez de me vestir. Tanta gente com peças iguais.

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  4. Antigamente havia as modistas. Lembro-me de acompanhar a minha mãe. Assim como à peleira. O meu pai ainda vai ao alfaiate. Penso que o seu sonho pode não ser tão irrealizável assim. Ainda há quem goste do exclusivo e aprecie o ritual das provas! bj

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