Junho

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Junho passa depressa demais.
É sempre assim. Um dos meses que mais desejo ver chegar. Por causa do final do ano lectivo da criança e dos adolescentes. Finalmente ...
A minha máquina de costura nova pouco tem trabalhado nestes últimos tempos. Em cima da minha mesa, quase há um mês, está este tecido de que gosto muito à espera que o corte no molde de um top de que também gostei logo que o vi num livro novo que comprei.
Projectos adiados. Os últimos tempos têm sido dedicados a outras tarefas e preocupações numa correria que (espero eu) deve estar quase quase a acabar. Vida de mãe ...

coisas de antigamente

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Esta semana passei por casa da Avó M. Ganhei uma caixa de linhas de costura "que estavam para lá guardadas" (à minha espera? Iupiiie). Tendo em conta quanto custa cada carrinho de linhas hoje em dia é o tipo de coisa que dá sempre jeito.
Mas ao abrir a caixa percebi que não ia ser assim. Posso ser doida, mas para mim preciosidades daquelas que dizem "fabricadas em Portugal" há não sei quantos anos atrás não dá para gastar assim sem mais nem menos. Obrigada Avó M. Mais um tesourinho ... :)

bairro alto

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Hoje de manhã andámos pelo Bairro Alto.
Ruas completamente vazias. Calor de Verão. Os sons de quem lá vive. As senhoras velhotas à janela. Junho. Os Santos Populares. O cheiro do almoço que se prepara. O som de um violino. Os graffitis. Roupa a secar na varanda. Janelas entreabertas com cortinas de renda. Vidros sujos que escondem casas velhas com restos de famílias que lá viveram. Os azulejos, sempre os azulejos. Lisboa que nos enche a alma.

conversas soltas ix

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Ontem fomos à praia. A Marta e o Miguel estão a estudar para os seus exames e a Mariana era a única que estava livre para nos acompanhar. Sem ter que partilhar o tempo de antena houve margem para os mais variados temas.
Digno de registo para que mais tarde possa recordar considerações sobre a importância do casamento.
Como habitualmente completamente espontâneo, inesperado, e após algum silêncio, resultado de um momento de reflexão que prometia ser interessante:
Mariana: "Mãe, o casamento não interessa para nada. São só duas alianças, um papel, umas roupas e um padre que diz umas falas. Na realidade, a única coisa que interessa é a avó, és tu, sou eu. Eu é que sou mesmo tua filha e tu és minha mãe, e a avó é a tua mãe e assim por aí fora. O pai na realidade podia ser outra pessoa qualquer ... Tu não, tu tinhas que ser mesmo tu. Não é mãe?"
Eu que até li "As brumas de Avalon" e que até veria com interesse e curiosidade algum matriarcado por oposição a muita coisa que vejo por aí que merecia correcção e maior equilíbrio não pude deixar de saborear este momento.
Em fracções de segundo mil e uma coisas passaram-me pela cabeça. Pensando nesta ligação física que me transcende e que me liga aos meus filhos de um modo que não sei explicar por momentos estive quase a dizer que sim. Mas depois entrou a parte racional à mistura com sentimentos que me davam os argumentos definitivos para o não.
Com isto deixei passar a oportunidade de lhe explicar correctamente que não é bem assim. A Mariana já estava a entrar noutro tema e eu ainda não tinha a resposta bem preparada.
Independentemente da explicação sobre as questões formais ou não do casamento o importante era ter-lhe explicado que o pai importa sim e é fundamental para que ela seja assim. Que existe algo mais que justifica a sua importância e que só podia ser essa a pessoa para ela ser quem é.
Teremos que voltar a esta conversa ...

já temos manjerico

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agora só falta a sardinha assada!
Finalmente está calor. Já se sente o Verão a chegar.
Comecem as festas!

livros

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Temos alguns leitores compulsivos cá em casa.
A Feira do Livro de Lisboa (que já vai na 84ª) é sempre um momento esperado e que faz parte de uma rotina anual que todos apreciamos. Chegamos a marcar o dia para conseguirmos ir todos juntos. Diria que no nosso caso poder-se-ia mesmo chamar um "passeio de família" porque fazemos questão de ir juntos, e com direito a piquenique improvisado no relvado do Parque Eduardo VII.
O meu objectivo principal eram as tendas dos alfarrabistas. Acho que existiam menos do que no ano passado, e tive azar e não encontrei os livros que queria.
Compensei-me com:
- mais um volume da "Biblioteca de Instrução Profissional", desta vez dedicado ao trabalho do fotógrafo;
- um livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre "Portugal em ruínas" com fotografias de casas importantes outrora e abandonadas e em ruínas actualmente (fazem as minhas delícias), e que me custou a simpática quantia de 3,15 €;
- o primeiro livro escrito por um autor que não conhecia e que segundo parece já vai no segundo ou no terceiro best-seller, do tipo policial; e cujo resumo me pareceu interessante;
- um livro da Julia Navarro, autora que nunca li e tenho curiosidade em conhecer, sobre a história do século XX, e que estava com uns convidativos 50% de desconto;
- e por fim, um sobre Moda com a compilação de uma série de estilistas que me despertaram a curiosidade, e também com um bom desconto.
Entretanto no caminho de regresso a casa a Marta diz-me que precisa de lá voltar ... :) Enfim, "doentio" talvez, mas do que não faz mal a ninguém!

crafts & design

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No sábado estive no mercado Crafts & Design que se realiza no primeiro fim-de-semana de cada mês.
Apesar da chuva de 6ª feira não prometer nada de bom tivemos sorte e o sábado veio com sol e uma temperatura amena com condições muito boas para passear pelo mercado do Jardim da Estrela.
Por causa deste mercado a semana que passou foi uma semana atarefada dedicada às costuras. Mas compensou e bem. Não posso dizer melhor deste dia.
À medida que vou conhecendo novos mercados (por defeito de formação) na minha cabeça vai-se criando um padrão sobre estas experiências. É curioso ver o tipo de pessoas e o ambiente de cada local, é interessante conversar com quem se aproxima, ouvir as opiniões, perceber o que gostam mais, o que compram mais facilmente. Sabe bem ouvir os elogios e é muito útil tomar nota das sugestões.
Também não deixa de ser curioso observar as reacções e os comportamentos de quem visita em relação a quem vende. Sem dúvida que a partir de agora a minha atitude de visitante a estes sítios nunca mais será a mesma.
A cereja no cimo do bolo como se costuma dizer foi a surpresa boa de conhecer uma pessoa que acompanho sempre com enorme prazer e que é a autora do L'avion Rose. Muito obrigada pela visita Val.
Sem dúvida que com esta parte ganhei o meu dia! Gostei muito da nossa pequena conversa :)

a toile e o caftã

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Uma toile é um protótipo de um novo molde que queiramos experimentar pela primeira vez para podermos fazer afinações e ajustes ao modelo inicial sem estragar o tecido final que escolhemos.
Para fazer estas provas experimentais deve-se escolher um tecido claro que permita ver bem as marcações, e o "toque" deve ser o mais parecido possível com o tecido final para que possamos avaliar melhor o resultado real.
Uma toile não tem necessariamente que reproduzir a peça completa e podem existir situações de design mais complicado em que é necessário fazer mais do que uma toile em etapas diferentes de execução da mesma peça de vestuário.
Nas minhas aulas de costura utilizamos normalmente pano cru que custa mais ou menos 3 euros o metro. Depois de provar e ter a certeza que está tudo ok, desmancha-se retirando os alinhavos, e fica-se com as diversas partes soltas com as marcações em giz ou em caneta.
Em seguida já podemos cortar o tecido final sobre a toile em vez de recorrer ao molde em papel vegetal.
Se quiser ficar com o molde correcto então terei que reproduzir os diversos ajustes no desenho original ficando assim com a peça exactamente à minha medida (pelo menos, enquanto mantiver o mesmo peso).
Uma trabalheira ... e por isso é sempre a custo que desmancho o pano cru.
Para não "sofrer" tanto quando estou em casa a fazer algo semelhante e para acalmar a ânsia de utilizar o tecido "à séria", sempre que possível, opto por utilizar tecidos baratos e de qualidade inferior em vez do pano cru. Se tiver a sorte de acertar à primeira aproveito melhor o meu tempo e ganho uma peça de roupa nova.
Embora a peça em causa, um caftã, não seja propriamente de uma grande dificuldade de execução resolvi ensaiar com um tecido cujo padrão me agradou bastante em vez de utilizar tecidos mais caros. Neste caso justificou-se pela quantidade de tecido necessário para fazer um caftã comprido - ou seja, cerca de 2,50m com 1,40m de largura.
Embora a qualidade da fotografia não seja a melhor foi o que consegui em final de tarde e este modelo retirei-o da Manequim de Novembro. Estarmos em estações de ano opostas em relação ao Brasil é uma vantagem e esta é uma das revistas que normalmente tem modelos simples que gosto de experimentar.
É "giro" para levar para a praia ...

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