dia de folga, a revista Selvedge, e do crochet

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Hoje foi dia de folga!
Obrigada a levantar bem cedo para os levar ao liceu aproveitei para passar pelo cabeleireiro. Diga-se que é um verdadeiro luxo poder estar com o tempo assim por minha conta sem ninguém a telefonar-me a perguntar quando é que estou despachada (normalmente são dois telefonemas no mínimo).
Este "no stress" é do melhor. A seguir, uma voltinha até Campo d'Ourique para comprar uns fechos de correr e procurar, com calma, um tecido plastificado que preciso sem ter uma certa pessoa especada do lado de fora da loja a contar os minutos. Juntamente com os ditos fechos trouxe também uma multa da EMEL (das encarnadinhas) porque estacionei num local proibido e não dei por isso. Além de conscienciosamente ter pago o ticket de estacionamento a multa marcava 12h57m e no relógio do carro marcava 13h02m (menos 5min e talvez tivesse tido alguma hipótese de me safar). "Boa"! 
Roguei umas pragas e em vez de voltar para casa resolvi ir almoçar a um sítio que gosto quando estou sozinha porque dá para estar a ler calmamente sem muito barulho à volta. Pedi o prato do dia - empadão de carne - e confirmei que não gosto de batata doce mesmo em puré misturada com carne. Nestas situações, normalmente é a outra pessoa que troca o prato comigo mas desta vez ele não estava lá e por isso, como já estava esfomeada, não tive outro remédio senão comer tudinho  empurrado com uma Coca-cola para disfarçar o sabor adocicado da batata. Duas vezes "boa", ou serão três vezes?!
Resolvi voltar para casa. Acho que aqui estou segura!
Com o resto da tarde por minha conta resolvi recuperar a leitura de algumas das minhas revistas em atraso (desta vez sem ninguém a perguntar-me se eu sabia onde estavam as calças ou outra coisa qualquer ou a pedir-me para chegar "aqui" num instante). É verdade, uma vez em casa, a minha família usa e abusa e pouco lhes interessa se eu estou a meio de qualquer coisa ... eu devo ser uma espécie de google caseiro. Quando não sabem de qualquer coisa perguntam-me. Desde perguntar onde estão os ovos - que normalmente guardo sempre no frigorífico que eu saiba - até algo mais complicado e bem mais difícil como cola por exemplo. Cola é uma coisa muita procurada cá em casa, mas que nunca ninguém sabe onde está. Eu devo ser boa nisto porque acho que sou a única pessoa desta família de 5 que sabe exactamente onde está tudo guardado ouuuuu que, regra geral, se lembra do sítio onde algum deles deixou a dita coisa que procuram!
Bom, ironias à parte e voltando às revistas: a Selvedge (apesar de carísssssima) é uma das minhas revistas preferidas se não for "a" preferida.
No último número que estou a ler dou com dois artigos interessantes "It's hip to be (a granny) square" e "Yarn bombing" sobre tricot e crochet. 
Diz que tricotar é óptimo para a depressão, para a tensão arterial, etc., etc., etc., como eu já sabia.
Mas a parte que eu não sabia e que eles dizem ser verdade é que o crochet está a ultrapassar o tricot. O "graffiti" criado através deste movimento de "guerrilla knitting" que já invade muitos jardins e ruas por aí é injusto porque segundo parece uma boa parte é crochet e não tricot. 
Pois, parece que agora é o crochet que está na moda.
Entre as várias referências que o artigo traz existem duas que gostei especialmente: basicamente tudo mas mesmo quase tudo o que a Helen Rodel faz, e em particular este poncho da Katie Jones.
As duas aprenderam a fazer crochet com a mãe ou com a avó. Acho esta parte absolutamente fantástica. Eu aprendi com a minha mãe, e uma das principais memórias que tenho da minha avó materna são as suas eternas colchas de quadrados de crochet em linho branco que ela fazia umas a seguir às outras.
Pela minha parte já cumpri o legado e ensinei as minhas filhas a fazer crochet e tricot. Espero que algures no futuro aproveitem bem e lhes traga boas memórias e ajude a aliviar o stress :).

rua das gaivotas

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Água no Bico
Na Rua das Gaivotas, 8
Domingo de manhã foi dia de brunch.
Gostámos e em dia de sol ainda deve ser mais agradável.
Além da simpatia, da comida diferente e de que gostámos, ainda existiam pormenores deliciosos como a mistura de mosaicos hidráulicos que compunham a parede do balcão e o "espelho sol" que ambiciono encontrar um dia algures e trazer para casa. Isto para não falar do pátio e da parede esculpida cuja autoria julgo pertencer ao Vihls.

sonia delaunay

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Gostei da exposição "Círculo Delaunay" sobre Robert e Sonia Delaunany que visitámos este fim-de-semana no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. na qual a primeira obra que podemos ver é este enorme quadro sobre um mercado minhoto no início do século XX.
Nessa época houve alguns artistas que se dedicaram a criar roupa e Sónia Delaunay interessa-me não só pela sua pintura mas também pelo facto de ter sido uma das pessoas que quis passar para a Moda o.seu estilo único.
Sonia Delaunay nasceu na Ucrânia e casou-se com o pintor francês Robert Delaunay. Viveu em várias cidades da Europa mas principalmente em Paris. Durante a guerra refugiaram-se durante quase um ano e meio em Vila do Conde onde criaram um circulo do qual fazia parte Amadeo de Souza Cardoso e José de Almada Negreiros. Ao voltar para Paris, talvez por necessidade segundo dizem, mas certamente também por gosto, abriu uma pequena loja/atelier onde criava e vendia as suas peças de roupa. A originalidade destas peças baseava-se no novo movimento artístico - simultaneísmo - que desenvolveu em conjunto com o seu marido e que basicamente e sem grandes definições consistia no contraste simultâneo de cores.
Teve sucesso entre o seu círculo de amigos e outros grupos considerados elitistas, mas o seu desconhecimento do gosto comum não permitiu que tivesse grande continuidade.
Infelizmente este tema não devia fazer parte dos trabalhos e conversas interessantes em que participaram tantas vezes no "círculo" privilegiado de que faziam parte com Souza-Cardoso, Almada Negreiros, e outros, e como tal a exposição do CAM não inclui qualquer referência a esta parte da sua vida.
Além dos padrões de tecidos (primera imagem abaixo) para os seus vestidos que se fartou de desenhar e que acho o máximo e dos quais escolhi ao acaso os dois da primeira imagem.
Existem pelo menos outras duas peças que acho particularmente interessantes:
O "simultaneous dress" de 1913 (magem do meio abaixo) que me parece um vestido feito de retalhos a lembrar o patchwork "livre" de fórmulas, cálculos, e geometria (como costumo dizer) e que tanto aprecio;
E os fatos de banho de 1928 (última imagem abaixo) feitos em malha que já tive a sorte e oportunidade de ver noutras exposições. Não deviam ser nada cómodos principalmente logo a seguir a sair da água, mas tendo em conta a época estavam seguramente à frente do seu tempo e esta modernidade é algo que me fascina sempre.
(Nota: Lamento não ter conseguido identificar e incluir os locais/museus que actualmente possuem estas peças.)

 



2016

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Vasculhei a memória da máquina fotográfica à procura de uma imagem e escolhi esta tirada em meados de Dezembro a meio da tarde de um dia de semana depois da apresentação de um trabalho. Relax. Sem stress, com o prazer do dever cumprido, e a saborear a consciência tranquila.
Gostava de ter deixado registo das últimas semanas mas não consegui.
Os dias mais curtos, a falta de luz, e a dificuldade em concluir tudo o que tinha para fazer não deixaram.
2015 deixou-nos boas recordações bem vividas de um ano bom!
2016 não tem plano. Não tem lista de desejos. Que venha e que tenhamos a sabedoria necessária para o viver, para lhe "dar a volta", e bem apreciarmos cada momento ... :)
Bom ano!

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