nada de especial

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Hoje fiz um exame de História.
Além das actividades habituais e da consciência pesada por ter andado a passear no laréu, o tempo que sobrou foi para fazer resumos da matéria às antigas e estudar. Já não estava habituada a estudar, por isso não faço a mínima ideia qual vai ser o resultado. Tenho a sensação que nalgumas respostas divaguei um bocado e noutras dei por mim a sentir que a minha memória já não é a mesma.
Bom, isto para dizer que é precisamente nestas alturas que me dá uma vontade enorme de fazer tudo menos aquilo que devo fazer, desde sentar-me a costurar, ou a tricotar, ou a ler as minhas revistas, tirar umas fotografias, ou outra coisa qualquer do género; parece que é naquele momento que estou a ter as melhores ideias e não posso dar-lhes seguimento. E também para dizer que compreendo um bocadinho melhor (mas muito pouco, caso algum de vocês leia isto) os meus filhos adolescentes e os seus longos intervalos de estudo.
Os exames deste semestre acabaram finalmente. Agora vou tratar de arrumar o caos instalado do qual a figura anexa de quando estava a estudar para "Desenho" é um exemplo.
E em seguida planeio sentar-me no meu recém-inaugurado quarto de costura a apreciar alguns momentos egoístas de pura liberdade e ficar por lá no meio das mil e uma coisas inacabadas que tenho para terminar. Ou então, ... também posso não fazer nada.
Enfim, um fim-de-semana sem compromissos nenhuns, deveres, obrigações, estudos, jantares, ou seja o que for, para fazer o que me apetecer. Óptimo! :)

não houve a parte do craftytour

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Londres é uma cidade cara, e mesmo em época de saldos é cara.
Visitei algumas lojas mas não encontrei nada que achasse realmente diferente do que encontro por cá ou que me encantasse ao ponto de perder um pouco a cabeça (e gastar o que não devia).
Confesso que também não procurei de modo muito entusiasta. A quantidade enorme de gente é uma constante. Ao fim de algum tempo fiquei cansada dos encontrões, de me desviar, e da atenção redobrada sobre a mochila que levava comigo.
Os Saldos "bombavam" de facto, mas naquele dia não me entusiasmaram.
Por isso, tirando uma Satchel Bag que encontrei por acaso numa boa promoção em Convent Garden (em vez de 172 libras o preço baixou para 52 libras), e porque mais uma carteira dá sempre jeito, não houve assim mais nada de vestir ou usar que quisesse comprar.
Fui modesta nas outras aquisições habituais. Trouxe alguns livros nos quais estão incluídos os catálogos das exposições e que normalmente gosto de comprar, e alguns moldes da Vogue a que não resisti em mais uma visita à MacCulloch & Wallis.
Quanto a tecidos ainda visitei o que me pareceu ser uma das melhores lojas em Londres para comprar tecidos Liberty - a Shaukat - mas as 17 libras/metro que pediam em vez das 25/30 libras/metro no Liberty não foram suficientes para me tentar. Mas confesso que esta loja de três andares é uma perdição.
Também desisti da ideia de ir até a Goldhawk Road fazer um corropio pelas lojas de tecidos (com preços mais baixos) porque estava cansada de andar. Do hotel até às lojas era cerca de uma hora a pé, já era de noite, e quando passei por lá no táxi o local não tinha um aspecto suficientemente agradável que justificasse o sacrifício naquele momento.
Desta vez não tenho muitas lojas para dar opinião nem para acrescentar à etiqueta "craftytour".
Por último, na última fotografia os dois "posters" que hei-de emoldurar vieram de Portobello Road directamente para a nossa cozinha.

gerações e a máquina de costura da Avó M

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A Avó M ofereceu-me a sua máquina de costura. Habituei-me a vê-la num quartinho da cave em sua casa e lembro-me muito bem de algumas das tardes em que passava lá e via a D Jacinta sentada a costurar atarefada no meio de tecidos, cortes, e arranjos.
Recentemente soube que foi um presente do seu pai numa época em que provavelmente era comum os pais oferecerem máquinas de costura às filhas.
Alguns dias depois do último Natal telefonou-me a perguntar se eu arranjava um espaço aqui em casa para a guardar porque podia vir cá trazê-la nessa semana. Assim, sem mais nem menos, no modo directo e muito prático que lhe é habitual.
E eu que sou uma sentimental só fui capaz de lhe responder que sim naquele comportamento tacanho, pateta e tótó, que me irrita, que algumas vezes ensino aos meus filhos que não devem ter (já sei que sou muito severa e que vão ficar traumatizados!). Não fui capaz de lhe dizer o que me ía na alma. No mesmo modo directo e claro, sem lamechices, e comportando-me decentemente, não fui capaz de lhe falar da importância que dou a receber algo assim e que este é um dos presentes mais preciosos que recebi na minha vida.
Bom, continuando ..., pelo número de série fiquei a saber que esta Singer, modelo 15K88, foi produzida na "Great Britain" em 1957. A primeira máquina de costura apareceu no início do século XIX, e em 1850 um senhor americano chamado Isaac Singer patenteou o que viria a ser a primeira máquina de costura doméstica. Já tinha reparado que era um modelo muito comum e segundo algumas pesquisas que fiz descobri que esta série 15 foi uma das máquinas de costura domésticas mais populares com uma produção que durou cerca de cem anos.
Obrigada Avó M.!

Portobello Road

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Ainda não estou cansada de falar de Londres e da minha curta (mas proveitosa) passagem por lá.
Sábado fomos a Portobello Road. Não encontrei a Julia Roberts com o Hugh Grant e também não encontrei o que queria. E depois desta visita acho que não vale a pena voltar obrigatoriamente se houver nova oportunidade. Continua a ser um local engraçado de visitar mas é demasiado "turístico" para o meu gosto, tanto no que diz respeito aos preços que são altos demais, como no que que diz respeito ao "old and antique" que se via à venda.
O mercado que eu visitei noutros tempos já não é o mesmo. Passou a estar "tourist oriented" em vez do estilo genuíno que tinha guardado em memória.
E talvez por isso achei a parte do mercado da fruta e vegetais muito mais interessante de ver. Como não desistimos e não voltámos para trás, aproveitámos para almoçar um wrap de "falafel", uma "bruschetta com tomate", e passámos ao lado da "paella", do "fish & chips" e dos "hot dog" (com esta misturada toda é quando se percebe que deixa de ser cosmopolita e interessante para passar a ser turístico). Depois de nos sujarmos com o molho do wrap de "falafel" que "explodiu" nas nossas mãos, passámos esta zona, e encontrámos outra parte do mercado dedicada ao vintage e mais parecida com o que deve ser um "flea market" genuíno. Mas mesmo assim não justifica a deslocação.
Para quem ainda não conheça vale a pena visitar. Afinal quando se pesquisa os "top ten flea markets" este aparece sempre, e justamente quanto a mim, mas achados fantásticos já não se encontram.

Victoria & Albert Museum

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O Victoria & Albert Museum é um dos maiores museus de arte e design que existe. A entrada é gratuita e somente algumas exposições é que são pagas. Assim que entrei encontrei uma das assistentes que me explicou impecavelmente a melhor forma de fazer a visita que tinha planeado.
Uma das áreas mais conhecidas e procuradas é a dedicada à história da moda. A exposição temporária e que ainda está em exibição é sobre vestidos de casamento.
Além destas duas exposições, ainda consegui visitar todo o andar térreo com várias salas sobre arte em várias regiões do mundo. Aos andares superiores terei que voltar noutro dia. À semelhança de outros grandes museus é impossível ver todas as obras e exposições num só dia. Almocei no restaurant que é muito agradável, passei quase uma hora na bookshop, ainda vi mais umas salas e por volta das 4 da tarde dei por concluída a minha visita e fui ter com o J que já estava despachado.
Na fashion exhibition (sala 40) (que se pode fotografar) encontra-se vestuário desde o século XVIII até ao século XXI. Este semestre tive uma cadeira de "História da Moda" e devo dizer que esta visita é o melhor complemento para qualquer estudante.
Na mesma zona está a wedding dresses exhibition que é óptima (mas que não se pode fotografar) e que documenta lindamente a evolução dos vestidos de noiva. Foi interessante saber que a ideia do vestido branco e feito para uma ocasião única era considerado um luxo. Antigamente as noivas escolhiam fazer vestidos com qualquer padrão ou cor que gostassem para os poderem utilizar noutras ocasiões futuras. Hoje em dia parece que o "normal" é o luxo de antigamente.
É claro que também exibem um filme dos casamentos reais ingleses desde 1920, que adorei ver na companhia de não sei quantas english ladies, e ao qual eu assisti do princípio ao fim. :)
As fotografias que ponho aqui são da exposição de moda. E só para terminar devo dizer sobre as restantes salas que visitei que houve peças que vi absolutamente fantásticas, e que talvez venha a fazer um post só para as poder arquivar aqui.
Este é sem dúvida um dos melhores museus de arte que alguma vez visitei (e eu só andei pelo andar térreo), embora no top até à data continue a estar, obviamente e sempre, o Louvre.
Tenho pena de não ter conseguido visitar o Museum of Childhood do Victoria & Albert onde tinham uma exposição de casas de bonecas que deveria ser adorável, mas há-de ficar também para outra ocasião (espero eu querido J :) ...).

KNITWEAR: Chanel to Westwood

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Saí de Islington e fui ver uma exposição que tinha planeado visitar no Fashion Textile Museum que estava mais ou menos perto (40min de autocarro). Infelizmente não deixavam tirar fotografias. O que foi uma pena porque a exposição era muito boa mesmo. Era permitido fotografar na sala de recepção onde estavam expostos somente quatro ou cinco modelos. Fotografei com o telemóvel o único que tinha luz suficiente (na terceira fotografia). Distraí-me e ainda tirei mais uma à camisola em fair isle que aparecia logo a seguir.
Não conhecia este museu e pelas instalações e pelo edifício acho que não vale muito a pena a visita. Mas pela exposição sim. É uma sorte quando se consegue ver ao vivo de uma forma bem estruturada e bem apresentada certas coisas que só conhecemos de livros.
A apresentação era feita por blocos correspondentes a épocas apresentadas por ordem cronológica. Mais um bocadinho de história da moda mas desta vez só dedicada ao capítulo de roupa em malha tricotada ... :)
Não sabia que os biquinis dos anos 30 eram tricotados em lã (o que não devia dar jeito nenhum quando tomavam banho de mar).
Durante a última grande guerra, anos 40, e por causa do rigor do "utility scheme" imposto, os trabalhos em tricot foram muito populares. As mães desmanchavam as camisolas que deixavam de servir às crianças, aproveitavam os fios, e tornavam a fazer novo sweater. Este é um dos motivos pelo qual os modelos que vemos dos anos 40 são tão coloridos. Era a forma de aproveitarem os restos das lãs. Como era de esperar  mending também era uma técnica popular. E foi engraçado de observar a imaginação à época que acabava por dar em peças bem originais e interessantes.
Nos anos 80 (uma época que nao gosto muito) foi interessante descobrir que a descontrução que acompanhou muita da arte contemporânea também surgiu aplicada à roupa em malha, pela mão de estilistas como a Vivienne Westwood (que acho interessante à época mas que hoje não aprecio especialmente).
Julgo que o resumo da exposição é elucidativo do motivo que me fez ir até um dos confins de Londres:
"Inspirational vintage fashion knitwear from the 20th century. Highlights include 1920s Chanel jersey, 1930s woollen swimwear, 1970s Bill Gibb and conceptual garments from 1980s and 90s designers Comme des Garçons, Vivienne Westwood and Julien MacDonald. An exciting combination of famous names and visually exciting pieces, the exhibition charts the influence of art movements Pop, Punk and Deconstruction alongside new knitwear technologies and design innovation."
Acabei a tarde no café do museu com um chá e um scone com manteiga e doce, of course! Tive a companhia de duas inglesas que se deliciavam igualmente com um chá e que teciam elogios rasgados a um wonderful cake que eu reconheci como sendo um pastel de nata :)
O problema foi voltar. Demora-se horas a atravessar a cidade para chegar ao centro, a qualquer hora. Às 16:30 já era de noite e por isso rendi-me ao luxo de apanhar um táxi para me levar de volta.

London Textile Fair

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Coincidência o facto desta ida a Londres ocorrer nos mesmos dias em que decorre a primeira London Textile Fair do ano. Esta feira é uma das maiores que existe na Europa sobre a apresentação e venda de tecidos para a indústria da moda e ocorre duas vezes por ano, uma vez em Janeiro e de novo em Julho. Quer sejam designers, directores de departamentos ou de lojas, estudantes, ou simplesmente visitantes amadores como eu é aqui que se pode ver o que as empresas produtoras têm para mostrar e vender.
Há dois anos tinha visitado a nossa Modtissimo no Porto e desde então fiquei com curiosidade em visitar uma feira de têxteis de uma das grandes cidades de Paris, Londres, Milão ou Madrid.
Tive sorte e não perdi a oportunidade.
Quinta-feira de manhã fui até ao Business Design Center e o que encontrei está à vista. Infelizmente fiquei sem bateria na máquina fotográfica e a reportagem ficou incompleta.
Existia um espaço dedicado exclusivamente aos "portuguese manufacturers" e era a única nacionalidade com direito a tal, mas só encontrei dois ou três e já estava sem bateria na máquina.
Subi e desci, assisti à negociação de dois ou três designers ou estilistas suponho eu, e atrevi-me eu a fazer algumas perguntas também e a pedir alguns contactos (não sei bem para quê, mas entrar no espírito da coisa fazia parte, e eu entrei )).
A dimensão desta feira comparada com o que tinha visto há dois anos na Modtissimo é incomparavelmente superior. A variedade e a oferta são incríveis. Vi tecidos absolutamente fantásticos.
Terminei esta visita com um passeio a pé por Islington onde nunca tinha estado.
Diverti-me e adorei a experiência. :)

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